36 JORNADAS | ADIADO

Lamentamos informar que devido a um número elevado de casos de Covid que atingiram, nos últimos dias, membros da Comissão Organizadora, oradores e funcionários do ICPA, vemo-nos forçados a adiar as 36as Jornadas de Cardiologia, Hipertensão e Diabetes para os dias 3 a 5 de março. Esta necessidade de adiamento corresponde também à sugestão de vários participantes que se sentiam desconfortáveis com o momento da pandemia. Reconhecemos que para alguns colegas este adiamento tão tardio causa alguns transtornos, mas a evolução dos últimos dias, não nos deixou outra saída.

Visto tratar-se de apenas um adiamento, o Programa Científico mantém-se, assim como o local, que continuará a ser o Sesimbra Hotel & Spa.

Saudações afetuosas,
Manuel Carrageta
Carlos Catarino

MENSAGEM NATALÍCIA

O Instituto de Cardiologia Preventiva de Almada deseja a todos um Feliz Natal e um Ano Novo muito melhor do que o que está a terminar.

Neste momento, o ICPA apela que, durante o período de Natal e Ano Novo, todos respeitem, não só as regras de prevenção da Covid-19, mas também adotem um estilo de vida saudável, que os proteja das doenças cardiovasculares, que estão a causar muito mais mortes do que era habitual.

O ICPA aconselha que as refeições festivas devam ser apenas com as pessoas de família, de preferência moradoras na mesma casa. Outros encontros, que sejam inevitáveis, devem ocorrer preferencialmente em locais abertos, com distanciamento social e uso de máscara, a maior parte do tempo que seja possível. Lembramos o cuidado de não se partilharem copos e talheres durante estes eventos, para não potenciar a transmissão do vírus.

É responsabilidade de cada um de nós reduzir ao mínimo as possibilidades de infetar os nossos entes queridos, em especial aqueles de maior risco, nomeadamente os mais idosos e os doentes cardiovasculares.

Não é demais lembrar que é preferível continuar vivo e poder desfrutar com a família e os amigos as Festas Natalícias dos anos vindouros.

Terminamos renovando os votos de um Feliz Natal e um Bom Ano de 2022.

Prof. Doutor Manuel Oliveira Carrageta

Presidente ICPA

DIA MUNDIAL DO CORAÇÃO

A celebração do Dia Mundial do Coração no dia 29 de setembro pretende promover a sensibilização pública para as doenças cardiovasculares, que constituem a principal causa de morte, não só em Portugal, como em todo o mundo. No nosso país as doenças cardiovasculares são responsáveis por mais de um terço da mortalidade total. Não podemos ignorar que antes da pandemia morriam, em média, cerca de 100 pessoas por dia, devido a patologia cardiovascular. Nestes dezanove meses de pandemia esse número ainda foi superior por razões que vamos enumerar.

Muitos doentes com problemas graves de saúde, em grande parte por medo de contágio por Covid-19 e por uma interpretação errada das ordens para “ficar em casa”, evitaram ou dirigiram-se em fases tardias das suas doenças às unidades de saúde e aos hospitais, o que contribuiu seguramente para o aumento da mortalidade global, observada não só em Portugal, como noutros países. É um facto que durante o primeiro ano de pandemia, a procura das urgências e das consultas médicas, como foi largamente noticiado, diminuiu de forma acentuadíssima. Muitas destas mortes podiam ter sido evitadas com a instituição, no momento devido, de cuidados médicos preventivos e especializados.

É reconhecido que uma das grandes conquistas do século XX foi o aumento espetacular da esperança de vida. Refira-se que esta, em Portugal, cresceu cerca de 30 anos nos últimos 50 anos do século XX e mesmo nas duas primeiras décadas deste novo século, continua a aumentar. Verifica-se que, em média, durante os últimos oitenta anos, a esperança de vida aumentou cerca de dois a três anos por cada década. Lembramos que no início do século XX a esperança de vida era de 47 anos, e atualmente ultrapassa os 79 para os homens e os 84 para as mulheres.

Este aumento da esperança de vida da população portuguesa começou por ser devido essencialmente à redução das doenças infeciosas, graças aos progressos da saúde pública e da medicina clinica, para o que o contribuiu significativamente a descoberta das vacinas e dos antibióticos. Nas últimas décadas, esse aumento da esperança de vida está a dever-se sobretudo aos progressos da cardiologia, que tem conseguido evitar grande número de enfartes do miocárdio e acidentes vasculares cerebrais, através do controlo dos fatores de risco, como a pressão arterial, o colesterol, a diabetes e o tabagismo.

No Dia Mundial do Coração chamamos a atenção para que a inegável gravidade da pandemia Covid-19, não deve obscurecer outras pandemias, como a das doenças cardiovasculares, que devido aos progressos da medicina, são hoje em dia, como já referimos doenças em grande parte, não só evitáveis como controláveis. Adicionalmente, a atual situação cardiovascular tem sido agravada pelas complicações cardiovasculares causadas pela infeção pelo Sars-Cov-2, nos casos em que ocorre uma resposta imunitária excessiva. Em consequência, estes doentes podem vir a sofrer de enfartes do miocárdio, arritmias e miocardites, que podem mesmo evoluir para insuficiência cardíaca e até morte súbita.

A adoção de medidas de estilo de vida saudável e o controlo dos fatores de risco têm um efeito benéfico duplo, ao contribuir não só para reduzir as doenças cardiovasculares, como também para ajudar na luta contra a Covid-19. Os doentes idosos com fatores de risco controlados (hipertensão, obesidade e diabetes) têm, não só menor risco de sofrer de complicações da Covid-19, como de morrer de doença cardiovascular.

Infelizmente continua a verificar-se uma baixa procura de apoio médico, pelo que se torna necessário, nomeadamente desenvolver campanhas que esclareçam a população sobre a necessidade de continuar a prevenir e controlar as doenças cardiovasculares, que são a pandemia que mais mata em Portugal. Não é demais insistir que, no caso de se contrair a Covid-19, estar o mais saudável e controlado possível da doença cardiovascular, ajuda a resistir melhor ao vírus. Nesse sentido, os doentes devem continuar a tomar a medicação cardiovascular e visitar o médico com a mesma regularidade que faziam antes da pandemia viral surgir.

Para terminar, lembramos que, pelo facto de haver uma pandemia de Covid-19, não vão deixar de continuar a ocorrer pandemias ainda mais mortais, como, o enfarte do miocárdio, o AVC e a insuficiência cardíaca, que podem e devem ser mitigadas pela prevenção e controlo dos fatores de risco.

Neste Dia Mundial do Coração, em que muitos dos nossos entes queridos ficaram isolados de amigos, familiares e até de médicos, a frase-chave é “Usa o teu coração para te ligares aos outros”, o que, embora com limitações, pode ser feito em segurança pelo recurso às redes digitais. Numa altura em que ainda estamos a sofrer e a lutar contra a Covid-19, é muito importante não esquecer que a pandemia cardiovascular continua a ser a pandemia que mata mais pessoas em Portugal, pelo que não podemos ignorar a importância para todos da adoção de estilos de vida saudáveis e do controlo dos fatores de risco para a prevenção cardiovascular.

Almada, 29 de setembro de 2021

Prof. Doutor Manuel Oliveira Carrageta

Presidente ICPA

ENFARTE DO MIOCÁRDIO: TUDO O QUE DEVE SABER

Um ataque cardíaco ocorre quando uma das artérias coronárias entope subitamente, bloqueando o acesso de sangue a uma zona do músculo cardíaco. O entupimento deve-se à aterosclerose, uma doença em que se acumulam depósitos de colesterol na parede das artérias, que levam à diminuição do seu calibre.

O sintoma mais comum de ataque cardíaco é a dor no peito, que os doentes descrevem como uma sensação de aperto ou de peso, geralmente localizada na parte central do peito. Esta dor pode espalhar-se para o braço esquerdo, pescoço, maxilar inferior.

Para confirmação do diagnóstico deve ser efetuado um eletrocardiograma e análises de sangue para determinar as enzimas cardíacas que, em caso de enfarte do miocárdio, estão elevadas.

A probabilidade de um indivíduo sofrer um enfarte do miocárdio pode ser reduzida em grande parte por um estilo de vida saudável e pelo controlo dos fatores de risco.

Após o diagnóstico, o doente deve fazer terapêutica de reperfusão, que visa desobstruir a artéria, com o objetivo de restaurar, o mais depressa possível, o fluxo sanguíneo à zona do coração comprometida, de modo a reduzir a deterioração do músculo cardíaco.

Por tudo o que referimos, aconselhamos que todos aqueles que tenham fatores de risco (nomeadamente hipertensão) ou doença cardiovascular se vacinem na primeira oportunidade que lhes for dada.

Para assegurar uma recuperação completa é recomendável a participação num programa de reabilitação cardíaca, que inclui atividade física supervisionada, educação alimentar, apoio emocional, técnicas de controlo do stress e de cessação tabágica. Os doentes são além disso submetidos a um programa rigoroso de controlo dos fatores de risco, como o colesterol elevado, a hipertensão arterial, a diabetes e a redução do peso. A participação neste programa tem como objetivo final que o doente recupere uma qualidade e esperança de vida normais.

Prof. Doutor Manuel Oliveira Carrageta

MENSAGEM PROF. DR. MANUEL CARRAGETA

A vacinação da COVID-19 iniciou-se, em 5 centros hospitalares, no dia 27 de dezembro, em Portugal.

Foi com agrado que tomamos conhecimento que ao pessoal do serviço nacional de saúde e dos Lares foi atribuída prioridade no programa de vacinação. Faz sentido que aqueles que estão na linha da frente sejam o mais urgentemente protegidos. Isso vai não só permitir que façam o seu trabalho com maior segurança como diminuir o risco de infetar as pessoas vulneráveis de que estão a cuidar.

No entanto, o ICPA ficou preocupado porque em Portugal, ao contrário da generalidade dos países europeus, os mais idosos não estão a ter a devida prioridade no programa de vacinação, que se limita apenas aos doentes internados em Lares. Refira-se que os idosos, vivendo ou não em Lares, são os mais atingidos mortalmente pela COVID-19. É de notar que 92% das mortes ocorrem nos doentes com mais de 65 anos.

Muitos doentes, particularmente os mais jovens, apesar de atingidos pelo vírus, são assintomáticos, o que significa que muitos destes doentes, sem o saber, transmitem a doença às pessoas idosas mais vulneráveis. Contudo, se estas estiverem previamente vacinadas, o risco de apanhar a doença e morrer fica muito mais reduzido.

Saliente-se, que os doentes cardíacos, independentemente da idade (embora esta seja uma patologia mais frequente nas pessoas de idade mais avançada), estão em maior risco de contrair uma doença grave ou morrer, pelo que o Instituto de Cardiologia Preventiva, defende que devam ter prioridade no programa de vacinação.

Por tudo o que referimos, aconselhamos que todos aqueles que tenham fatores de risco (nomeadamente hipertensão) ou doença cardiovascular se vacinem na primeira oportunidade que lhes for dada.

Por último, saliente-se que a vacinação não dispensa o distanciamento social, o uso de máscara, evitar reuniões em espaços fechados e a higiene das mãos.

Por favor, tenha cuidado e vacine-se logo que lhe seja dada essa oportunidade!

Prof. Doutor Manuel Oliveira Carrageta

MENSAGEM PROF. DR. MANUEL CARRAGETA

O Instituto de Cardiologia Preventiva de Almada deseja que, durante o período de Natal e Ano Novo, todos os portugueses respeitem, não só as regras de prevenção da Covid-19, como adotem um estilo de vida saudável, que os proteja das doenças cardiovasculares, que estão a causar muito mais mortes do que era habitual.

Apesar da pandemia, ao contrário de muitas instituições, o Instituto nunca deixou de prestar apoio clinico à comunidade, no intuito de combater o flagelo provocado pelas doenças cardiovasculares, principal causa de doença, mortalidade e custos em Portugal.

O ICPA apela a que as refeições festivas devam ser apenas com as pessoas de família, de preferência moradoras na mesma casa. Outros encontros, que sejam inevitáveis, devem ocorrer preferencialmente em locais abertos, com distanciamento social e uso de máscara, a maior parte do tempo que seja possível. Lembramos o cuidado de não se partilharem copos e talheres durante as refeições, para não potenciar a transmissão do vírus.

É responsabilidade de cada um de nós reduzir ao mínimo as possibilidades de infetar os nossos entes queridos, em especial aqueles de maior risco, nomeadamente os mais idosos e os doentes cardiovasculares.

Não é demais lembrar que é preferível continuar vivo e poder desfrutar com a família e os amigos as Festas Natalícias dos anos vindouros.

Terminamos com votos de um Feliz Natal e um Bom Ano de 2021.

Prof. Doutor Manuel Oliveira Carrageta

Covid e a Vitamina D
Covid e a Vitamina D

A COVID-19 e a Vitamina D

Os Serviços Nacionais de Saúde Inglês e Irlandês começaram a recomendar recentemente a suplementação de vitamina D às pessoas com mais de 50 anos de idade.

Esta recomendação baseia-se no reconhecimento que a vitamina D desempenha um papel chave na prevenção da gripe e infeções respiratórias, o que pode ajudar na luta contra a COVID-19.

Um estudo recente irlandês o Irish Longitudinal Study on Ageing veio chamar a atenção para a importância da vitamina D como potente modificador do sistema imunitário, nomeadamente pelo seu efeito anti-inflamatório.

Não é possível obter as quantidades necessárias de vitamina D a partir somente da alimentação.

Também investigadores espanhóis e italianos têm referido a importância da vitamina D no contexto atual e estão a conduzir ensaios clínicos em doentes com COVID-19.

A chamada vitamina do sol é produzida pelos raios ultravioleta B, a partir do 7-dehidrocolesterol, presente na pele. Esta provitamina D sofre uma hidroxilação no fígado para se transformar em 25-hidroxitamina D, ou seja no calcidiol, que por sua vez sofre nova hidroxilação no rim para finalmente se transformar na 1,25 hidroxivitamina D, ou seja o calcitriol, a vitamina D3 ativa. O calcidiol é utilizado para medir os níveis de vitamina D, mas não é biologicamente ativo até ser convertido em calcitriol.

Considera-se que existe deficiência de vitamina D quando as concentrações de 25 hidroxivitamina D estão abaixo de 30 nmol/L.

Não é possível obter as quantidades necessárias de vitamina D a partir somente da alimentação. A pandemia é mais uma razão para que a alimentação seja saudável e deva incluir peixe gordo rico em ácidos gordos ómega 3 e ovos, que são alimentos ricos em vitamina D. A título de exemplo, um ovo (gema) contem em média apenas 20 UI de vitamina D.

As pessoas mais idosas remetidas ao confinamento, sem apanhar sol, para além da hipovitaminose D, sofrem também um rápido descondicionamento muscular, que a suplementação de vitamina D, com o seu papel fundamental na saúde do osso e do músculo, vai minimizar, reduzindo o risco de osteoporose, quedas e fraturas.

Para terminar, salientamos que:

• A vitamina D é essencial para a saúde dos ossos e dos músculos
• A vitamina D pode ajudar a prevenir as infeções respiratórias
• As pessoas confinadas, particularmente as mais idosas têm níveis baixos de vitamina D
• A dose recomendada é, em média, de 800 a 1000 UI por dia

coranavirus
coranavirus

COVID-19 e Doenças do Coração

Os estudos apontam para uma mortalidade global da COVID-19 de um pouco mais de 4%, que aumenta muito significativamente com a idade. Os doentes com patologia cardíaca, mesmo jovens, têm maior risco de morrer no caso de contraírem a infeção.

Lembre-se que, pelo facto de haver uma pandemia de CoVID-19, não vão deixar de continuar a ocorrer enfartes do miocárdio e acidentes vasculares cerebrais.

Fazer uma alimentação saudável, praticar exercício diário, não fumar, dormir o suficiente e reduzir o stress, aumenta a resistência ao vírus e é fundamental para mitigar o risco de um conjunto de doenças, nomeadamente as cardiovasculares, que são responsáveis por um número de mortes muito superior à COVID -19.

Não é demais insistir que, no caso de contrair a infeção, estar o mais saudável e controlado possível da sua doença cardiovascular, ajuda a resistir melhor ao vírus, pelo que deve continuar a tomar a medicação e visitar o médico com a mesma regularidade que faziam antes da pandemia surgir.

Para terminar, lembre-se que, pelo facto de haver uma pandemia de CoVID-19, não vão deixar de continuar a ocorrer enfartes do miocárdio e acidentes vasculares cerebrais.